Nos últimos anos, vivenciamos um rompimento de estereótipos na relação entre a mulher gorda e a moda. Nós conquistamos espaço e construimos estilos de vida. Muito argumentei nesta coluna sobre tais questões e a necessidade de você perceber a beleza do seu corpo, mas já pensou o quanto o seu empoderamento interveio na moda?
O mercado plus size no Brasil avançou nos últimos anos e continua em pleno crescimento. Contudo, acredito que o ciclo de mudança na moda plus size tem entre suas engrenagens o público, que se mostrava insatisfeito com uma moda restrita em tamanhos e modelos.
A mudança de atitude faz você transformar o seu meio. Não precisa ser uma grande influencer nas redes sociais para gerar algum tipo de impacto. Você tem a capacidade de repercutir no ambiente ao seu redor seja em pequenos ou grandes atos.
Você rompe com paradigmas dentro da moda e faz a indústria balançar quando passa a exigir produtos de qualidade, por exemplo. Algo que está associado desde ao tecido, modelagem e estampa. Da mesma forma, também ao requisitar tendências, que não devem ser exclusivas para pessoas consideradas "padrão".
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Você ficou insatisfeita com os tamanhos das roupas disponíveis na loja que visitou? Fale, argumente e mostre a importância de tornar a moda mais democrática. Não se contente com o quê é oferecido. A sua voz deve ter vez.
Eu sei que não é tão simples quanto parece e que o mercado ainda é marcado pelo preconceito. Até mesmo a modelo plus size mais famosas do Brasil enfrenta dificuldades. Fluvia Lacerda criou o próprio vestido para a 8ª edição do baile da amfAR após ter sido rejeitada por estilistas brasileiros. "Esse vestido foi um sonho meu, imaginado depois de tantas portas fechadas na tentativa de ser vestida por uma marca ou designer nacional. Nunca vesti uma peça de roupa com tanto orgulho!", escreveu em seu Instagram.
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Por mais que a demanda seja exponencial ainda esbarramos em dificuldades, porém é a partir delas que já surgiram novas propostas na moda plus size brasileira. Se você pesquisar as histórias de algumas lojas físicas e virtuais vai perceber que por trás estão empreendedoras gordas que estavam incomodadas com a restrição na moda, que arregaçaram as mangas e trabalharam para combater isso.
Além de lojas, surgem ateliês que direcionam o seu trabalho para uma produção artesanal e que transformam a fita métrica numa aliada para confeccionar peças exclusivas e que sejam perfeitas ao corpo. Nesse campo estão lingeries, biquinis e vestidos para madrinhas e noivas.
Até mesmo o Pop Plus, a maior feira de moda plus size do Brasil, surgiu devido a insatisfação com a moda. A sua idealizadora, Flávia Durante, criou o evento, em dezembro de 2012, por não encontrar roupas plus size para o seu estilo. Algo que reflete uma das bandeiras na moda plus size: a diversidade de estilo. Assim como existe uma variedade de biotipos dentro do meio plus size também existem estilos diferentes, afinal tamanho não define estilo.
Enquanto insistirem em fazer da moda algo que limita, a gente pode seguir tentando transformá-la. E mostrar para todos que ela é um instrumento de valorização e de empoderamento no meio plus size.
